Perder a inocência

Será, que todas as pessoas vêem esta cor como eu vejo?

Quando eu era pequeno, pensava que a vida girava em meu redor.

 Achava que aquilo que via, não era propriamente o que os outros viam.

Quando olhava para alguma cor pensava!

Será, que todas as pessoas vêem esta cor como eu a vejo?

Achava que o azul, só o era porque assim me tinham ensinado.

Quando era pequeno, absorvia as coisas com todo o meu ser, se me contassem alguma mentira acreditava a 100% sem nunca questionar.

Uma inocência da qual tenho saudades, que apesar de pagar por essa ingenuidade, creio que é de uma certa inocência que advém parte da felicidade.

Voltando à cor azul, o azul inofensivo que vemos no dia a dia, tem uma certa manipulação, a sociedade nos leva a acreditar que não passa de uma simples cor.

No entanto, criaram os que gostam do azul, os do verde, os do vermelho e criaram os grupos, as equipas e até as seitas, chamaram-lhe de integração na sociedade.

Uma sociedade que eles próprios criaram.

Integrados então, chega-se ao ponto que não se questiona mais nada, apenas se faz o que os demais querem que façamos. 

E assim se perde a inocência, o novo, o empolgante e até a felicidade.

É pena, que quando somos felizes e inocentes crianças, acreditamos em todo o que nos dizem. 

Destorcem a realidade e nos falam sobre coisas desagradáveis, dizendo que isso nos tornara mais fortes.

Os nossos ídolos os adultos, por vezes se tornam em nossos piores inimigos.

No fundo é uma questão de sorte, lidar com adultos mentalmente sãos, eles próprios foram enganados ao longo das suas vidas, pela sociedade, pela ganância, pela competitividade, pelo instinto de sobrevivência ou mesmo pela própria media, que deveria informar e alertar, em vez de dar conhecimento só de tragédias geradoras de audiências.

A boa noticia é, se realmente de isso tudo nos apercebemos, temos a oportunidade de mudar tudo, mudando a nos próprios e a maneira como vemos as coisas.

Devíamos ter coragem para certas coisas e não temos, porque já não temos a inocência para arriscar perante o novo, porque nos ensinaram que o desconhecido é mau.

Também há os que não arriscam com medo de se exporem ao ridículo, sabem que o povo sempre critica, quem tenta ser diferente e não segue a manada.

Já repararam, que todo o mundo esta a jogar de uma forma ou de outra.

Para ficar melhor, para ficar a frente, para ser reconhecido, até para agradar.

Não quero com isto dizer, que não devemos agradar aos outros, mas porque não fazemos as coisas por nos próprios, para nos sentirmos bem com nossas acções.

Talvez essas acções nos traga alguns dissabores, mas isso aconteceria de uma forma ou de outra.

É impossível agradar a todos com nossas vontades.

Por vezes, até as próprias críticas são moldadas ao que a maioria acha, levando a camuflar esse desagrado perante nossas escolhas.

Por isso caros leitores, tudo o que fazem para parecer bem aos outros, vos tornara infelizes no futuro e nesse dia acordam cansados deste jogo.

Podemos ter uma vida cheia de reconhecimentos e méritos, para numa só acção nos tornamos os piores dos piores, no julgamento dos que ainda jogam.

Resta o desafio, jogar um novo jogo.

O nosso próprio jogo com Crónicas num minuto.